quinta-feira, 10 de junho de 2010

Levanta e anda.

Um conto de Junior Aragaki



-77 anos Romeu, 77. E a 18 que você não funciona amigão!
Romeu olhava seu pau mole, em suas mãos.
E nada havia, que o fizesse reagir. Um dia ele simplesmente deixou de “trabalhar”, morreu,
Romeu estava brocha. 18 anos, sem ter outra utilidade pra seu pênis, senão mijar.
Por mais que soubesse que o marido era impotente, Matilda, de tempos em tempos, usava todo seu repertorio de caricias e preliminares para fazer o marido voltar a ser o amante criativo e ativo de tempos passados.
Um dia, apos um ataque sexual mal sucedido de Matilda, Romeu sentou-se na cadeira de balanço da varanda e chorou de desgosto.
- Vô, o que aconteceu? Pergunta Neto preocupado. Posso ajuda-lo?
- É a velhice Neto, hoje eu não passo de um velho brocha.
- Sua avó, sabe, sempre foi uma mulher muito fogosa, e tem suas necessidades sexuais, e eu não posso mais satisfaze-la! Imagina como isso é duro pra mim.
- Pó vô, porque o senhor não toma uma pílula azul?
- Pílula azul, o que é isto?
- Viagra vô, já ouviu falar?
- Li no jornal, mas será que funciona mesmo?
- Vô, vai num medico. Eles só vendem estes remédios com receita, e alem disto, o medico tem que ver como esta seu coração. Dá uma batedeira!
- Você já tomou Neto?
- Já vô, já tomei sim!
- Mas você é tão novo, já precisa?
- Não vô, tomei pra ficar mais tempo na ativa! Eu estava com uma gata maravilhosa e fiquei inseguro.
- E funciona?
- E como! Mas vai ao medico vô. Neto da um abraço no velho e sai apressado.
No dia em que foi receber a aposentadoria, Romeu ligou pro Doutor Ambrosio, um velho amigo, e pediu pra passar rapidamente, pra uma breve consulta.
- Romeu meu velho. Você esta muito bem. Só me preocupa o seu coração. Tem tomado os remédios?
- Tenho, claro, mas eu queria te fazer uma pergunta?
- Ora diga meu caro?
- Você acha que eu posso tomar viagra? Meu Neto me disse que era infalível, quem sabe não consigo ressuscitar o morto?
- De jeito algum Romeu, não acabei de dizer que estou preocupado com seu coração? Aquela arritmia continua, e pra dizer a verdade, aumentou consideravelmente.
Romeu voltava arrasado pra casa, e desolado, resolve parar num bar do centro pra afogar as magoas em alguns copos de cerveja.
Sete copos de cerveja e dois steinheger depois, Romeu chorava inconsolável junto ao balcão do bar.
- O que foi meu senhor? Perguntou o barman, levantando a cabeça de Romeu.
- Eu não sou mais homem! Entende, to brocha, meu pau não levanta mais! Que merda!
- E o pior, meu medico me proibiu de tomar esses novos medicamentos, porque sou doente, tenho o coração fraco.
- E por que você não tomo por conta própria? Perguntou um bêbado ao lado?
- Eu não tenho receita.
- E quem precisa de receita? É só ir ali nos camelôs, eles tem e vendem pra qualquer um!
Romeu pagou a conta, e meio cambaleante foi procurar os camelôs.
Na terceira barraca, Romeu guarda no bolso do paletó, as tão sonhadas pílulas.
No ônibus, de tempos em tempos, Romeu apalpava o bolsto, certificando-se que seu tesouro estava ali protegido. Estava nervoso com a idéia de voltar a sentir prazer depois de tanto tempo.
Pela janela do ônibus, Romeu avistou a mal afamada placa em néon: SHANGRI-LÁ – Drinks for Men.
Desceu no próximo ponto, pegou duas pílulas e as engoliu, a seco.
- Quanto é o programa? Perguntou ao porteiro
- Aí o senhor combina com as minina, eu num sei de nada não. Aí vovô, o senhor num ta meio véinho pra cair na balada hein?
- E o que você tem com isto, o importante é ter dinheiro, não é? E foi entrando.
- Pérai vovô, tem que colocar esta pulseira, essa chave é do seu armário, e tudo o que o senhor consumir será marcado com este numero. Pode entrar.
Romeu entrou no puteiro. Aquele cheiro o fazia lembrar de outros tempos, quando era mais jovem, e estava no auge de sua masculinidade.
Era incrível como o cheiro daquele tipo de lugar, era sempre o mesmo, onde quer que você estivesse. Uma mistura de essência de eucalipto, perfumes baratos, suor e sexo, encobertos com uma pesada manta de mofo.
Sentou junto ao balcão, e estranhou ali não ter cheiro de limão, as caipirinhas estavam sumindo, hoje só tomavam whisky com energéticos.
- Você tem alguma cerveja especial? Perguntou ao barman.
- Não senhor, só tem da comum mesmo.
- Me dá uma, bem gelada.
- Oi, ta afins de companhia querido?
Romeu olhou pro lado, e gelou perante a exuberância da mulata.
- To sim, qual seu nome?
- Digamos que seja Dri. E é cento e cinqüenta, antes que me pergunte.
- Feito! Mas já te aviso, a muito tempo que meu amigão aqui não funciona. 18 anos , e hoje resolvi tomar aqueles remédios pra ajudar...
- Ah!!! Mas comigo vai funcionar, você vai ver benzinho!!!! Vamos?
- Vamos. Romeu suava frio. – Quantos anos você tem?
- Digamos que nasci quatro anos antes do seu pau parar de funcionar.
Ao final do strip-tease da gata, Romeu sentia que seu coração ia explodir, mas o amigão não se manifestava.
Bom isto ate a mulata começar a acaricia-lo, timidamente o amigão de Romeu despertava para o mundo!
E na boca da garota, ficou duro, ereto, latejava como se fosse explodir.
Uma lagrima de alegria escorria do olho de Romeu. – Milagre pensava ele, milagre.
Ele teve o melhor sexo de sua vida, nunca antes havia sido tão intenso, tão duradouro e prazeroso. Ao final, na hora do gozo, o coração de Romeu não agüentou.
Morreu. Romeu morreu.
Mas morreu feliz e de pau duro, era visível o sorriso em seu rosto.
Ao ser informada das circunstancias da morte de Romeu, Matilda não se conteve:
- Bem feito, bem feito!!!!
E atirou-se ao chão, esmurrando o próprio peito.

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