domingo, 10 de outubro de 2010

Horizonte

Eu tinha 4 ou 5 anos. Férias em Olímpia, na casa de minha avó.
Sempre iamos visitar a irmã dela, a "Tia Olinda", no outro lado da cidade
e para incrementar o passeio, vovó sempre chamava o Serviço Municipal de Charretes.
Elas tinham as partes metálicas bem polidas e brilhantes, meia-capota de napa
e os cavalos sempre garbosos, trotavam ruidosamente pela rua
de paralelepipedos.
A esquerda ia o charreteiro, chicote na mão, depois eu, minha irmã e na outra ponta, minha avó.
Era muito divertido e diferente para uma criança urbana, um passeio daqueles.
Mas o mais incrivél, é que sentado no meio da carroça, minha principal
visão, meu horizonte era a bunda do equino.
Foi a primeira vez que vi um cú, e era o cú de um cavalo, literalmente um cuzão.
No meio do percurso, sempre ao lado da praça da Igreja Matriz, ele sequer parava de trotar, simplesmente levantava o rabo e cagava.
Meu pai certa vez disse que era esterco, apenas capim processado, e que podiamos
usá-lo como adubo nas plantas. Para mim era apenas bosta de cavalo. Mesmo assim
eu seguia aquelas pequenas viagens fascinado, olhando aquele cuzão produzindo
esferas idênticas, de um verde-oliva que jamais esquecerei.
Do cheiro.............juro que não lembro.

2 comentários:

Denise Alves de Toledo disse...

Primeira vez aqui. Não creio, tua família é de Olímpia? A de meu pai, tb...
Depois vc me conta isso.
Bj, muito bom ter um blog, né?
Parabens pelo teu!

Anônimo disse...

Rsrsrs. Junior, muito boa a história meu!!! Dei risada sozinha aqui no trabalho! Bjs Bia (Rê)